Primavera

Faltam poucos dias...
Vem aí o tempo que entranha e oferece uma estranha sensação de conforto.
Deixar-se levar pela rua com o nosso vento forte azul, deixando o peso de um Inverno necessário sem luz.

O mar vai lá estar ameno, variado nas ondas grandes com as pequenas.
A esplanada ainda não vai ter todas aquelas cadeiras nem sequer os gelados porque o sol ainda não vai escaldar. Mas há paz...
Há transição...

Seria impossível um Verão colado ao Inverno... É necessário um tempo de passagem, de habituação, aprendizagem e susceptibilidade aos dias bons e aos dias maus da Primavera.
Na Primavera percebemos que os dias escuros estão a ir embora. Que a chuva que adoece é cada vez mais rara e o vento que fere está mais quente.
Lava-se a alma do Inverno que violou os dias com cinzento escuro, que levantou o mar e empalideceu a face das pessoas. Usou e bateu na alma de uma praia vazia. Mas havia lareiras, cachecois de cor forte e Natal com os amigos e família. Houve passagens de ano com promessas de um ano novo... que vem!
...É necessário conhecer a neve para abraçar o calor que aconchega o corpo.
Relaxa-se e acalma-se... É que agora vem mais... Vem diferente, vem de dentro..

Guarda-se a ânsia do mergulho. Sabe-se que ainda não é o tempo mas que não tarda...
Agora vive-se a viver com prazer.
Vem a Primavera.

Eu estou pronta, e tu?