quinta-feira, 28 de maio de 2009

Distância

Deveria ser a primeira pessoa do mundo a não acreditar na distância mas acredito.

Quando se existe e se sente não são dias, meses sem olhar ou falar para lá que se esquece.
Aprendi que se há amor não terminado em nós, ele persiste e cola na pele... Passam por nós caras conhecidas de tempos a tempos que nos tocam, mas mal a mão levanta a face, conhece-se quem nos aperta cá dentro. Mesmo com distância...

Mas é complicado e difícil...
Vive-se no meio de dias e noites, de gente na rua e calor na praia.
Lá distante existe-se, ama-se, o ego e o desejo fazem olhar e desiquilibrar. Afinal somos gente que reage no despertar de um sentido qualquer.
A distância fica longe. Tão longe que nem se vê...
Mas... geralmente após o Verão vem o Inverno que traz a chuva e a razão.
E a razão é o que somos, o que sentimos falta, o orgulho de chegar a casa e um amor incondicional que gera a segurança de estarmos aqui ao pé.

Às vezes sabemos disto de lá longe, outras vezes não..
Mas não culpo desorientações temporárias, acessos de pensamentos com vontade originadas por simplesmente viver. E se há base, volta-se invariavelmente...

A grande questão é que a distância não se mede em países, capitais de distrito e nem sequer em Km.

A distância calculada por falta de coincidências, por caminhos vários, por falta de sedução, por vidas diferentes, por elas e eles, por destabilizações fracas sentadas no sofá, medida apenas por uma força que deveria ser complementar, é determinante nos "Km" que dividem.
Aí não há dias a passar que não façam esquecer, que não abram os olhos ao toque no corpo de um desconhecido.
Não acredito no poder do pensamento, que se prende a partilhas iguais nascidas de uma magia não esperada e não permitida, mas de ontem.
Em demasiados espaços em branco.
O vazio do caminho enche o espaço de um dia. Que não se repete.
É essa distância que mata.

Mas se nos mantivermos na história igual, o livro volta a abrir.
Mas há tantos outros para ler.

Aprendi nos últimos tempos que as pessoas são diferentes, e reagem de formas diferentes. O "já" para mim, é o "depois" para outros.. A intensidade da demonstração é relativa quando o desejo é enevoado por uma postura média defensiva e ponderada, que quer tanto quanto eu.
Impressionante como tenho visto "eus" e "outros" a sentir e querer estar no mesmo local. Situações iguais descritas de forma diferentes com as mesmas cores e tons diferentes..
Ou não...

Assim a minha distância não é mesma do outro, nem do outro. Um silêncio não aumenta os Km, e uns graus abaixo da temperatura amena podem ser apenas para ver o verde da paisagem e o azul do ceu quando se caminha para aqui.
Ou não...

Resta viver com a certeza que quando é sentido os corpos estão sempre presente aqui..
Só que quem consegue medir a distância?


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