terça-feira, 10 de março de 2009

Vidas...

A vida, as experiências que vivemos, tudo o que temos e é nosso nem sempre é como queremos.
Nem sempre?? Acho que não...

Pergunta a A, a B ou a C.

Mas a forma como vivemos o dia a dia, como lidamos com o "eu" vai toldando a forma como cada um se sente ao levantar, ao fumar um cigarro e a levantar o edredon para deitar.

Há pessoas que levam a vida de uma forma dita "tranquila". Às vezes tão tranquila que a mim me roça a irresponsabilidade, imaturidade e o excesso de descontração acaba por ser projectado em todos à volta. Não há objectivos nem sequer reflexão. O que é certo é que no meio do caos há quem se sinta bem e feliz. Se calhar não vivem tão mal quanto isso, certo?

Há pessoas formatadas para viver em determinado intervalo. Não sofrem mais que x nem amam mais que y. Não vivem, mas não choram. Almoçam com os maridos e o jantar precede a meia hora de tv antes de ir para a cama.
A emoção ficou perdida em anos em que nunca se teve. Não se vive, mas não se está morto. No meinho?? Mas há quem se sinta feliz no controlo de uma vida controlada. Será que vivem tão mal quanto isso?

Há pessoas que se deixam ir quanto a sua instabilidade emocional permite. Vão tão longe quanto lhes é permitido. Vivem muito, sentem muito para o bom e para o mal. Fixam exageros nos maridos porque a rotina assusta. Não sentir é morrer e cai a falta a paciencia e a falha de lembrança de coisas mais importantes que a adrenalina do carrossel.
Os momentos bons são vividos numa intensidade tal que ficam gravados na alma. Será que vivem tão mal quanto isso?

Existem as pessoas como tu.. Muito analíticas, reflexivas.. Tudo o que acontece de menos positivo é razão para análise profunda. Imperativo arranjar uma razão, uma solução..
Será que vives tão mal quanto isso?

Até então, tudo bem... Mas não sais daí, não libertas a mente para tirar peso, e quanto mais se dá atenção desmesurada a algo mais ganha importância.
Olhar de fora, extrair a nossa personalidade e ministrar uma decisão com capacidade de irrelevar se o carro da nossa vida teimar em não sair da areia molhada.

Vamos fazer dois testes: Fecha os olhos e concentra-te no pé que está dentro da sapatilha. Dá-te 3/4 minutos.. Diz-me se não sentes o pé que andou esquecido durante todo o dia?
Agora põe a tua mão em cima da secretária. Concentra-te nela... Daqui a 5 minutos terás a mão dormente?

Com os problemas acontece o mesmo.. Se atolarmos a cabeça, se "esmifrarmos" a nossa vida, além de tomar proporções de intensidade não reais, não há capacidade de ver as coisas como são na realidade e ler os problemas que são o que são.
Atenção, nem tudo na vida pode, nem deve ser tomado com leveza...
Mas tu... Mas tira o peso, liberta-te e sê um pouquinho de cada uma das pessoas descritas acima... Nunca nenhum partido de extrema fez alguém feliz e nunca nenhuma ave pesada conseguiu voar, e muito menos planar.
Vês alguma coisa no fundo do mar? Não há falta de luz? É preciso mergulhar tão fundo?

Liberta-te e vai correr.. Quando o peso vier corre outra vez! Janta, fuma, ama a família pequenina e pensa que não estás a morrer.. Bebe uma cerveja, vê futebol, joga futebol.
Pensa sobretudo que tudo é ciclico e muitas vezes só não o é porque nos agarramos tanto a algo, entranha tanto no corpo que na altura natural de ir embora nós não deixamos ir...

Pensas que por estes lados é fácil? Não, mas sei hoje que o que mais me magoa vai passar... Magoa muito, mas sei para onde quero ir.. E o tempo leva-me lá...

Sabes, descobri que é o peso e a importância que se dá aos pontinhos à nossa volta que nos matam ou nos fazem viver.
Diz-me uma coisa, não achas que deveríamos ser nós a ter mão em querermos viver ou morrer?

Deita fora o peso... És leve demais para o carregar,para já...
Pede boleia ao tempo...

Gosto muito de ti...

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